Turner

TEXTO 1

síndrome de Turne

 

 síndrome de Turner é bastante rara e ao contrário da síndrome de Klinefelter afeta apenas indivíduos de sexo feminino e não possui cromatina sexual, são monossomicos, ou seja, em exames de seu cariótipo revelou a presença de 45 cromossomos, sendo que do par dos sexuais há apenas um X. Sendo seu cariótipo representado por 45,X.

A ST ocorre em apenas 1 mulhere entre 3.000 nascimentos, devido ao grande número de abortos que chega ao índice de 90-97,5%).

O surgimento da sindrome pode surgir quando esta ausente o cromossomo x paterno no espermatozóide.

As meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento, ou antes, da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. A constituição cromossômica mais freqüente é 45, X sem um segundo cromossomo sexual, X ou Y.

CARIÓTIPO

Síndrome de Turner

CARACTERÍSTICA DO PORTADOR

Quando adultas apresentam geralmente baixa estatura, não mais que 150 cm; linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca) ; pescoço alado; retardamento mental; genitálias permanecem juvenis; ovários são atrofiados e desprovidos de folículos, portanto, essas mulheres não procriam, exceto em poucos casos relatados de Turner férteis; devido à deficiência de estrógenos (hormônio feminino) elas não desenvolvem as características sexuais secundárias ao atingir a puberdade, sendo, portanto, identificadas facilmente pela falta desses caracteres; assim, por exemplo, elas não menstruam (isto é, tem amenorréia primária); grandes lábios despigmentados; pêlos pubianos reduzidos ou ausentes; desenvolvimento pequeno e amplamente espaçados da mamas ou mamas ausentes; pelve andróide, isto é, masculinizada; pele frouxa devido à escassez de tecidos subcutâneos, o que lhe dá aparência senil; unhas estreitas; tórax largo em forma de barril; anomalias renais, cardiovasculares e ósseas No recém nascido, há freqüentemente edemas nas mãos e no dorso dos pés, que leva a suspeitar de anomalia.

Não exibem desvios de personalidade, ou seja, sua identificação psicossocial não é afetada.

Síndrome de Turner Linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca)

Síndrome de Turner Pêlos pubianos reduzidos ou ausentes Baixa estatura

Síndrome de Turner Pescoço alado

TRATAMENTO

Em decorrência da disgenesia ovariana, a única fonte de estrógeno para essas pessoas são as supra-renais; como a taxa desses hormônios é baixa, as pacientes devem receber aplicações de estrógenos para estimular o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o aparecimento da menstruação. Usualmente esse tratamento tem início aos 16 anos para evitar que os estrógenos aplicados retardem ainda mais o crescimento.

Fonte: www.ghente.org

SÍNDROME DE TURNER

Síndrome de Turner é uma cromossomopatia sexual, caracterizada pela monossomia do cromossomo X, sendo, portanto, encontrada em meninas. A incidência da Síndrome de Turner é de cerca de 1 em 5.000 meninas nascidas. A Síndrome de Turner, geralmente, é identificada ao nascimento ou na puberdade, por suas características fenotípicas. É responsável por casos de abortos espontâneos cromossomicamente anormais (cerca de 18%).

A constituição cromossômica, em metade dos casos, é 45, X, falta o segundo cromossomo sexual, X ou Y. O erro na formação do gameta costuma ser paterno, em até 80%. Contudo, 50% dos casos possuem outros cariótipos, sendo o mosaicismo 45, X / 46, XX é responsável por 25% dos casos.

Síndrome de Turner - 45, X

Ao nascimento, os bebês têm, muitas vezes, edema do dorso do pé, um sinal diagnóstico útil. Muitas pacientes apresentam coarctação da aorta e linfedema. Outras características são observadas: baixa estatura, disgenesia gonadal, fácies incomum típica pescoço alado, linha posterior de implantação dos cabelos baixa; tórax largo com mamilos amplamente espaçados e freqüência elevada de anomalias renais e cardiovasculares. A inteligência costuma ser média ou acima da média.

As preocupações durante a infância e a vida adulta se devem à baixa estatura, falta de desenvolvimento das características sexuais e a infertilidade, devido ao quadro de insuficiência ovariana. A maioria das pacientes é infértil, algumas que conseguem reproduzir, apresentam um componente genético de mosaicismo.

Fonte: www.imunorepro.med.br

 

Texto 2

 

SÍNDROME DE TURNER

Meiose é o processo de divisão celular que produz células que irão se tornar as células gaméticas masculinas e femininas. Tais células produzidas pela meiose possuem metade do número normal de cromossomos (cada célula meiótica tem uma cópia de cada cromossomo), então, quando um óvulo e um espermatozóide se unem durante a fertilização, o zigoto formado apresenta as duas cópias de cada cromossomo de que ele precisa para um desenvolvimento normal.

Algumas vezes, durante o processo normal da meiose, os cromossomos não são corretamente distribuídos da célula em divisão para as duas células filhas. Quando isso acontece, uma célula filha tem duas vezes o número de cópias de um cromossomo específico e a outra célula filha é deixada sem nenhuma cópia do mesmo. Caso esta última célula filha seja usada mais tarde em um processo de fertilização, o zigoto formado terá apenas um cromossomo daquele tipo (monossomia) ou terá três cromossomos daquele tipo (trissomia). Números anômalos de cromossomos são frequentemente incompatíveis com a vida. O corpo humano pode tolerar excesso de material genético mais facilmente do que pode tolerar a falta de material genético. A maioria dos tipos conhecidos de anomalias cromossômicas envolvem cromossomos sexuais, sendo apenas um pouco menos comuns do que as anomalias autossomais. Entretanto, são geralmente menos severas.

A perda do Y ou do segundo X tem efeitos drásticos sobre o desenvolvimento. Quando não levam ao abortamento, podem ou não ser detectados à época do nascimento. Pregas cutâneas frouxas na nuca e edema de mãos e pés em uma menina recém-nascida, com ou sem anomalias renais ou cardiovasculares, podem apontar para o diagnóstico do complemento 45,X.A síndrome de Turner é a manifestação na vida subsequente: baixa estatura, infantilismo das genitálias externa e interna femininas em outro sentido normais, gônadas sem células germinativas denominadas de estrias gonadais e anomalias renais, cardiovasculares, esqueléticas e ectodérmicas variáveis.

A síndrome de Turner pode ser a consequência de diversas constituições cromossômicas além de 45,X. O mosaicismo, bem como as anormalidades estruturais que comprometem determinados segmentos do segundo cromossomo sexual, seja ele Y ou X, gera uma gama de distúrbios tanto a nível clínico quanto a nível citogenético. Um conjunto celular masculino ou feminino normal pode estar presente juntamente com o componente celular 45,X , ou um componente pode ser portador de um cromossomo estruturalmente anormal.

As anormalidades comuns de Y e X são a formação de isocromossomos ( um braço com deleção e o outro duplicado) ou a deleção de parte ou da totalidade de um braço. Em alguns indivíduos comprometidos, todas as células apresentam 46 cromossomos, com um X normal acrescido de um Y ou X anormal, como por exemplo 46,XXp- ( deleção de um segmento do braço curto de um dos cromossomos X). Em outros, um segundo ou um terceiro componente celular também pode estar presente, como por exemplo

45,X/46,XX/46,XXp-.

A síndrome de Turner clinicamente pura pode ser encontrada em associação com diversas combinações desses cariótipos quando um deles é monossômico ou parcialmente monossômico para o X. Contudo, quando as células portadoras de Y coexistirem com as células 45,X ( por exemplo, 45,X/46,XY), muitas vezes desenvolve-se ambigüidade sexual, e as gônadas podem variar desde estrias até testículos funcionais ( a síndrome de disgenesia gonadal mista); nesse contexto o rico de neoplasia gonadal é significativo. Quando células 46,XX coexistem com 45,X, podem ser mantidos graus variáveis de função ovariana, inclusive a ovulação. Apesar de o fenótipo poder aproximar-se de um padrão masculino ou feminino normal quando coexistirem células normais e anormais, os efeitos do mosaicismo são imprevisíveis. Assim, a síndrome clínica associada à monossomia do X e aos Xs e Ys estruturalmente anormais varia de um fenótipo predominantemente masculino a um fenótipo feminino quase normal, através da síndrome de Turner.

*Cariótipo de uma criança com síndrome de Turner,
*Cariótipo de uma criança com síndrome de Turner, 
mostrando apenas um cromossomo sexual(X), (45, X).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A síndrome de Turner se caracteriza por amenorréia primária, infantilismo sexual, baixa estatura, múltiplas anormalidades congênitas e gônadas com estrias bilaterais, nas mulheres fenotípicas, portadoras de qualquer dos vários defeitos do cromossoma X.Essa anormalidade deve ser distinguida de:

1) A síndrome de Turner mista: em que estão presentes um testículo unilateral e estrias gonadais contralaterais;

2) A síndrome de Turner pura: em que as estrias gonadais bilaterais estão associadas a um cariótipo 46, XX ou 46, XY normal, estatura normal e amenorréia primária; e

3) A síndrome de Noonan, um distúrbio autossômico dominante, de homens e mulheres, caracterizado por pescoço alado, baixa estatura, cardiopatia congênita, cúbito valgo e outros defeitos congênitos, a despeito de cariótipos e gônadas normais

4) Calcula-se que sua incidência seja de um para 2.500 recém-nascidos femininos. O diagnóstico é feito por ocasião do nascimento, devido a anormalidades associadas ou, com mais freqüência, na puberdade, quando são observadas amenorréia e ausência de desenvolvimento sexual, juntamente com outras anomalias. A síndrome de Turner é a causa mais comum de amenorréia primária, sendo responsável por um terço dos casos.

A genitália externa é feminina, não-ambígua, porém permanece imatura e não ocorre desenvolvimento das mamas, a menos que a paciente seja tratada com estrogênio exógeno. A genitália consiste em trompas de Falópio e útero infantis e estrias gonadais bilaterais localizadas nos ligamentos amarelos.

As células germinativas primordiais estão presentes transitoriamente durante a embriogênese, porém desaparecem, em consequência de um acelerado índice de atresia. Após a idade provável da puberdade, essas estrias não apresentam folículos e óvulo identificáveis, porém contém tecido fibroso indistinguível do estroma ovariano normal.

As anomalias somáticas associadas envolvem principalmente o esqueleto e o tecido conjuntivo. Linfedema das mãos e pés, pescoço alado, inserção baixa do cabelo, pregas cutâneas redundantes por trás do pescoço, tórax em forma de escudo com mamilos espaçados e baixo peso ao nascer são sinais sugestivos do diagnóstico, na primeira infância. Além disso, é possível que o fácil se caracterize por micrognatismo, epicanto, orelhas deformadas proeminentes ou de baixa inserção, boca tipo de peixe e ptose. Quartos metacarpianos curtos estão presentes em metade dos pacientes e 10 a 20 % apresentam coarctação da aorta. Em adultos, a altura média raramente excede 150cm. Anomalias associadas são malformações renais, nevo pigmentar, unhas hipoplásicas, tendência para a formação de quelóide, perda de audição perceptiva, hipertensão inexplicada e distúrbios auto-imunes. Hipotireoidismo franco está presente em 20 %.

Cerca de metade apresenta cariótipo 45, X, aproximadamente um quarto apresenta mosaicismo, com ausência de anormalidade estrutural (46,XX/45,X), e os restantes apresentam cromossoma X estruturalmente anormal, com ou sem mosaicismo. A variedade 45,X pode resultar de perda cromossômica durante a gametogênese em qualquer dos genitores ou de um erro mitótico durante uma das divisões de clivagem iniciais do zigoto fertilizado. Baixa estatura e outros sinais somáticos resultam da perda de material genético no ramo curto do cromossoma X. Gônadas estriadas aparecem quando o material genético está faltando no ramo curto ou longo do X. Em indivíduos com mosaicismo ou anormalidades estruturais do X, os fenótipos são, em média, de intensidade intermediária entre aquele observado na variedade 45,X e o normal. Em alguns pacientes com hipertrofia de clitóris, há um fragmento não-identificado de um cromossoma além do X, considerado como Y anormal; esse subgrupo de pacientes pode apresentar malignidade instalada nas estrias gonadais. Raramente, a transmissão familiar da síndrome pode ser o resultado de uma translocação balanceada do autossoma X.

A avaliação da cromatina sexual era usada anteriormente como forma de triagem para as anormalidades do cromossoma X. A cromatina sexual (corpúsculo de Barr) em mulheres normais é o resultado da inativação de um dos dois cromossomas X, e as mulheres com um cromossoma 45,X, da mesma forma que os homens normais, são consideradas cromatina-negativas. Contudo, apenas cerca de metade das pacientes com síndrome de Turner são cromatina-negativas, sendo necessária a determinação do cariótipo cromossômico para que se estabeleça o diagnóstico e identifique a fração com elementos cromossômicos Y, bem como alta chance de apresentar malignidade nas gônadas estriadas.

Pêlos pubianos e axilares escassos aparecem por ocasião da provável puberdade; as mamas permanecem infantis e não ocorrem menstruações.

O FSH sérico está elevado durante a lactação, cai no meio da infância até níveis normais e aumenta até os níveis de castração, dos nove aos 10 anos de idade. Nessa ocasião, o LH sérico também está elevado e os níveis plasmáticos de estradiol são baixos. Aproximadamente 2% das mulheres 45,X e 12% daquelas com mosaicismo apresentam folículos residuais suficientes para permitir algum menstruação. Sem dúvida, foi relatada prenhez ocasional em indivíduos minimamente afetados; a vida reprodutiva de tais indivíduos é breve.

ANOMALIAS CLÍNICAS E INCIDÊNCIA APROXIMADA

Estrutura baixa

100%

MAL FUNCIONAMENTO DOS OVÁRIOS

90%

Mãos e pés inchados

80%

Peito largo

80%

Linha posterior do cabelo baixa

80%

Orelha de formato incomum

80%

Mandíbula pequena e mais baixa

70%

Braços virados para fora

70%

Anomalias renais

60%

Pescoço com dobras

50%

Anomalias cardíacas

50%

Perda de audução

50%

Arco do palato alto e estreito

40%

ANOMALIAS OCASIONAIS

DISPLASIA DOS QUADRIS

Escoliose

Diabetes mellitus Hipertensão idiopática
Tendência a formação de quelóides Curva glicêmica anormal
DOENÇA DE CHROHN Tendência a obesidade
DISFUNÇÕES TIROIDIANAS Catarata

 

Síndrome de Turner

Síndrome de Turner

* As fotos acima nos mostram um feto que foi abortado e uma criança de aproximadamente seis anos de idade portadores da síndrome de Turner . Note que ate mesmo o feto possui o pescoço curto e um grau pronunciativo de edema nas mãos e pés , essas características da doença já ficam mais evidente na criança ao lado , esta com o pescoço curto e o peito largo em forma de escudo.

Síndrome de Turner

A foto acima mostra duas mulheres portadoras da síndrome de Turner (45,X).A da com 14 anos de idade e a da direita com 19, ambas com estrutura baixa , pescoço curto e alado, peitos largos em forma de escudo com mamilos afastado e pequenos, portanto, com ausência da maioria das características sexuais secundarias.

TRATAMENTO

A síndrome de Turner não estando associada com nenhum fator externo (ambiental), nem com retardo mental. Existem métodos didáticos alternativos que facilitam o aprendizado da leitura verbal, mas dificultam o entendimento e a resolução de problemas matemáticos e espaciais. Porém, com determinação e paciência, qualquer diferença pode ser compensada.

Sendo uma condição cromossômica, não há cura para a síndrome de Turner, porém, certos procedimentos, feitos cedo o bastante, possibilitam a redução dos efeitos do desequilíbrio cromossômico:

Hormônio do crescimento, sozinho ou acompanhado por um androgênico fraco, irá melhorar a velocidade de crescimento e provavelmente a altura final da mulher adulta.

Terapia de reposição de estrógeno tem sido usada desde que a condição foi descrita em 1938 para promover o desenvolvimento de características sexuais secundárias.

Modernas tecnologias também vêm sendo usadas para ajudar mulheres com Síndrome de Turner a engravidarem, caso desejarem. Uma doadora de um óvulo é usada para gerar um embrião, o qual será carregado pela mulher com Síndrome de Turner.

NOVA PESQUISA

David Skuse e seus pesquisadores do Institute of Child Health estão pondo em andamento um trabalho interessantíssimo relacionado com a Síndrome de Turner. Esta pesquisa foi publicada em uma das mais conceituadas revistas de medicina americana, Nature. Dr Skuse apresenta esse trabalho como sendo uma evidência de que existe um gene responsável pelo comportamento social. Uma vez que jovens com Síndrome de Turner geralmente possuem apenas um cromossomo X, o seu fenótipo (a maneira de um gene se expressar) poderia fornecer pistas importantes dos genes presentes no cromossomo X. O cromossomo X de uma jovem com Turner pode ter sido herdado de sua mãe ou de seu pai. Esta é a razão pela qual se estudou o comportamento social de uma garota com Turner, especificamente.

Os pesquisadores descobriram que muitas jovens com Turner apresentam dificuldades em situações sociais e que elas não são tão facilmente adaptáveis quanto as jovens controle. Aprofundando-se nessa questão, eles encontraram uma diferença entre garotas com Síndrome de Turner que possuem seu cromossomo X herdado de sua mãe (isso pode ser determinado com marcadores genéticos) e as que possuem seu cromossomo X herdado de seu pai. As garotas com cromossomo X materno aparentam ter um comportamento social menos adaptável do que aquelas com cromossomo X paterno. Isso levou Dr Skuse a buscar um maior entendimento sobre o cromossomo X, uma área da genética ainda pouco esclarecida. Quando um óvulo e um espermatozóide se unem para formar um embrião, alguns genes da mãe ou do pai são “desligados” (tornam-se inativos) deixando o gene do outro genitor, ativo e funcionando. Se nós considerarmos o suposto gene social desta pesquisa, pode ser que este gene no cromossomo X da mãe esteja inativo e no cromossomo X do pai, ativo. Um menino receberia um cromossomo Y de seu pai e um cromossomo X, contendo o gene inativo, de sua mãe. A menina receberia uma cópia dos dois cromossomos X e, desta maneira, teria um gene ativo. Uma jovem com Síndrome de Turner teria um gene ativo ou inativo, dependendo de ter herdado o cromossomo X de seu pai ou de sua mãe.

Esta é uma pesquisa interessante e mais descobertas nesta área estão à caminho. O trabalho descrito acima observou jovens de 16 anos, aproximadamente, sendo o próximo passo o estudo em mulheres mais velhas.

A pesquisa do Dr Skuse indica que há um gene responsável pela facilidade de adaptação social, inativo em todos os meninos e inativo ou não, dependendo se tal gene foi herdado da mãe ou do pai, em meninas com Turner,. Estudar o comportamento social é uma tarefa complexa e polêmica, e é provável que vários genes estejam envolvidos.

Talvez com o mapeamento dos genes humanos (Projeto Genoma) possamos ter um melhor conhecimento destas e de outras doenças , e então obter melhores resultados na diagnosticação , prevenção e tratamento.

Fonte: www.ufv.br 

 Texto 3

SÍNDROME DE TURNER

A síndrome foi descrita em 1938, por Henry Turner e afeta entre 1/2000 a 1/3000 mulheres, tendo como principais características clínicas a baixa estatura, o infantilismo sexual e malformações congênitas típicas, que podem variar entre os indivíduos afetados. Restrita às mulheres, é causada por uma alteração dos cromossomos sexuais, estando associada, na maioria dos casos, à ausência de um dos cromossomos do par X das mulheres (monossomia do cromossomo X). Assim, o cariótipo das portadoras da síndrome de Turner, na maioria dos casos é 45,X. Além do cariótipo 45,X, a síndrome pode estar associada ao mosaicismo cromossômico, isto é, à presença de duas ou mais linhagens com constituições cromossômicas diferentes, mais comumente 45,X/46,XX. Outros casos são decorrentes de anomalias estruturais do cromossomo X envolvendo deleção (perda de material genético) de uma parte ou de todo o braço curto do cromossomo X. A presença de diferentes tipos de anomalias cromossômicas ajuda a explicar a variação considerável vista nessa síndrome.

QUADRO CLÍNICO

Meninas com a síndrome de Turner apresentam baixa estatura proporcional já presente ao nascer, e não sofrem o surto de crescimento na adolescência.

A altura na idade madura está em média reduzida em aproximadamente 20 cm. As anomalias somáticas incluem pregas epicânticas internas (pregas de pele que se estendem da raiz do nariz até a extremidade interna das sobrancelhas), orelhas giradas posteriormente, hipoplasia mandibular, palato alto e estreito, mal-oclusão dentária, pescoço curto com pterígio (pescoço alado), implantação baixa dos cabelos na nuca, tórax largo em escudo com distância aumentada entre os mamilos, unhas hipoplásicas (pouco desenvolvidas) e hiperconvexas. Não são raras anomalias ósseas, defeitos renais e cardiovasculares (válvula aórtica bicúspide em 50% das pacientes e coartação [estreitamento] da aorta em 15 a 30% delas). A inteligência é geralmente normal, embora exista tipicamente alguma diminuição na capacidade de percepção espacial. Ao nascimento, é comum a presença de linfedema (acúmulo anormal de linfa nos tecidos) de mãos e pés e redundância de pele, principalmente na região do pescoço (cutis laxa), a qual origina, em crianças maiores, o pescoço alado. A presença desses dois sinais, principalmente associados a peso e estatura baixos ao nascer, é altamente sugestiva da síndrome.

A disgenesia das gônadas (ausência de ovários) é comumente vista na síndrome de Turner. Ao invés de ovários, a maioria das mulheres com a síndrome possui vestígios de uma massa de tecido conjuntivo (gônadas em fita), com desenvolvimento incompleto ou ausência das células precursoras dos óvulos. Sem ovários normais, a maioria das mulheres com essa condição é infértil e a amenorréia primária é um achado praticamente constante entre elas. Após a puberdade, os estrogênios estão diminuídos, as gonadotrofinas (hormônios liberados pela glândula hipófise que estimulam ovários e testículos a produzir hormônios sexuais) estão elevadas e as pacientes apresentam ausência dos caracteres sexuais secundários: não ocorre o desenvolvimento mamário nem a cornificação do epitélio vaginal. A genitália interna e a externa são femininas, mas o útero é infantil e a genitália externa tem aspecto pré-puberal.

ASPECTOS GENÉTICOS

As anomalias cromossômicas em mulheres com síndrome de Turner são muito variáveis. Cerca de 50% dessas pacientes possuem um cariótipo 45,X em seus linfócitos periféricos. Pelo menos 30% a 40% são mosaicos, mais comumente 45,X/46,XX e, menos comumente 45,X/46,XY, podendo ocorrer ainda outros tipos de mosaicismo, como 45,X/46,XX/47,XXX. Os mosaicos que têm cromossomos Y são predispostos a malignidades (gonadoblastomas) em suas estrias gonadais.

Cerca de 10% a 20% das pacientes com síndrome de Turner possuem anomalias estruturais do cromossomo X envolvendo deleção (perda) de uma parte ou de todo o braço curto. A análise molecular de deleções de diferentes regiões do braço curto do cromossomo X, presentes em mulheres com a síndrome de Turner, e diferentes malformações físicas tem buscado estabelecer correlações entre essas malformações e determinados genes do braço curto do cromossomo X. Uma vez que nas células das mulheres um dos cromossomos X sofre inativação e conseqüente silenciamento de seus genes, as alterações presentes na síndrome devem ser causadas por genes que escapam a essa inativação e que precisam, portanto, ser transcritos em duas cópias para apresentarem uma função normal. É esse o caso dos genes da região pseudo-autossômica, presente tanto no cromossomo X como no cromossomo Y e que é responsável pelo emparelhamento e recombinação entre esses dois cromossomos na meiose masculina. Os genes dessa região são normalmente transcritos em duas cópias tanto em homens como em mulheres.

Nas mulheres com síndrome de Turner, acredita-se que a presença de uma única cópia do gene SHOX, localizado na região pseudo-autossômica, contribua para a baixa estatura (homens e mulheres normais possuem duas cópias desse gene). Nessa situação, a expressão gênica está diminuída e é insuficiente para garantir a função normal. Em indivíduos com duas cópias do gene SHOX, mutações em uma das cópias podem causar baixa estatura não associada a outros sinais clínicos da síndrome de Turner.

A monossomia cromossômica (condição na qual um cromossomo específico está presente em apenas uma cópia) origina-se por causa de uma falha no mecanismo genético de segregação dos cromossomos, e esse erro de não-disjunção pode ocorrer na meiose (meiose I, durante a separação dos cromossomos homólogos, ou meiose II, na qual ocorre a separação de cromátides-irmãs) ou na mitose, durante a separação das cromátides-irmãs.

Estudos moleculares mostraram que em aproximadamente 70% a 80% dos casos de monossomia na síndrome de Turner, o cromossomo X que está presente é o materno e, portanto, a não-disjunção que deu origem à monossomia ocorreu durante a gametogênese paterna. Os casos de mosaicismo são atribuídos a falhas ocorridas durante a mitose, após uma fecundação normal.

Estima-se que o cariótipo 45,X ocorra em 1% a 2% das concepções, mas a síndrome de Turner é vista somente em 1/2000 a 1/3000 mulheres nativivas.

Assim, a grande maioria (mais de 99%) das concepções 45,X é perdida na fase pré-natal. O mosaicismo cromossômico restrito à placenta contribui para a sobrevivência a termo de alguns indivíduos.

Fonte: genoma.ib.usp.br