TEXTO 1
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
HISTÓRICO
Primeira fase: 1822 a 1930
Período de reduzida atividade industrial, dado a característica agrário-exportadora do país. Nessa fase, no entanto, ocorrem dois fatos que facilitam a industrialização futura: a Abolição da Escravatura e a entrada de imigrantes, que vão servir e mão-de-obra.
Segunda fase: 1830 a 1956
O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "Revolução Industrial" no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país) beneficiada pela Crise de 1929 e pela Revolução de 1930).
A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o que associado a presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo.
Esta fase, assim como a primeira, tem uma característica inicial de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não duráveis, definindo o período chamado de "Substituição de importações". No entanto, a ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Governo Vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mineração).
Terceira fase: 1956 a 1989
Constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início a chamada "Internacionalização da Economia", com a entrada de empresas transnacionais, notadamente do setor automotivo.
O processo iniciado por J.K. teve continuidade durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), destacando-se o Governo Médici, período do "Milagre Brasileiro", que determinou crescimento econômico, mas também aumento da dívida externa e concentração de renda.
Quarta fase: 1989 a ...
Esta fase iniciada no Governo Collor com continuidade até o Governo Fernando Henrique marca o avanço do Neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia.
O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a CVRD, quanto no setor da infra-estrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás.
Além disso, os últimos anos marcaram a abertura do mercado brasileiro, com expressivas reduções na alíquota de Importação. Por outro lado, houve brutal aumento do desemprego, devido a falência de empresas e as inovações tecnológicas adotadas, com a utilização de máquinas e equipamentos industriais de última geração, necessários para aumentar a competitividade e resistir à concorrência internacional.
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE
A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.
A DESCENTRALIZAÇÃO INDUSTRIAL
Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões.
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABC Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.
A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
Fonte: www.brasilrepublica.hpg.ig.com.br
Texto 2
É de fundamental importância para entendermos o processo de industrialização brasileira voltarmos ao período em que D. Pedro II governou o nosso país. Durante esse período, aconteceram alguns fatos essenciais para o desenvolvimento desse processo, entre os quais podemos citar: - Tarifa Alves Branco (1844) ? taxava os produtos importados. Lei Eusébio de Queirós (1850) ?proibia o tráfico externo. Esses dois fatores levaram a uma intensa liberação de verbas que pode ser aplicada na modernização de infra-estruturas básicas do país: bancos, fábricas e setores de transporte e comunicação. Esse período é denominado pela historiografia como ERA MAUÁ (l845-l864). Apesar dos avanços não terem sido tão expressivos, podemos dizer que chegou a haver o primeiro surto industrial na história deste país. A indústria nacional passou a poder competir com maior facilidade, estando protegida pela taxação sobre os produtos importados. Além disto, o fim do tráfico negreiro resultou em uma intensa liberação de verbas para investimento em outras áreas. Durante esse período da república, notamos o desenvolvimento das indústrias têxteis, já com a colaboração da mão de obra imigrante, expandida sobretudo com o fim da escravidão em 1888. Essas indústrias concentravam-se principalmente em São Paulo, e já se viam nesses núcleos industriais a formação de vilas operárias e de sindicatos. Por falar nos sindicatos, estes eram extremamente influenciados pelo ideal anarquista, trazido pelos italianos, que formaram aqui o anarco-sindicalismo, que teve muita influência até o 1922, ano de fundação do PCB ? Partido Comunista Brasileiro. Essa organização sindical resultou em greves expressivas, como as de 1907 e 1909, quando os sindicalistas garantiram os primeiros ganhos trabalhistas. Contudo o primeiro grande surto dessa época corresponde ao período da primeira guerra mundial, durante o governo de Venceslau Brás. Este Presidente adotou nesse período uma política de substituição das importações, resultando em uma alavancada na industrialização nacional.. É com Vargas que o Brasil começa a estruturar seu parque industrial. A palavra já diz ? estruturar, dar base. E é o que Getúlio faz: constrói as bases da industrialização nacional. Se até o momento os investimentos concentravam-se na produção de produtos e o excedente de capital era empregado nas indústrias têxteis, agora Getúlio lança mão de um projeto empreendedor. Getúlio Vargas, com uma visão de desenvolvimento nacionalista e com o Estado na frente, constrói as indústrias de base: - Companhia Vale do Rio Doce (l942) - CSN ? Companhia Siderúrgica Nacional (l941) Entre as diversas realizações do governo, destacam-se a criação do Ministério do Trabalho (l931) e a promulgação da CLT (consolidação das leis trabalhistas) em 1943. Com Getúlio, os sindicatos passam a ser unificados e ganham a figura do ?pelego? , líder sindical atrelado ao governo. O período tem início com Dutra, que implementou um rápido desvio da política nacionalista empreendida por Vargas. Nessa época, importamos muito e tivemos um leve retrocesso. Com Vargas de novo no poder, (l951-54) cria-se a Petrobrás (l953) e o petróleo passa a ser visto como algo fundamental para a soberania do país. O monopólio é garantido e, apesar das pressões internas, através da UDN, e externas, com as multinacionais, o ?PETRÓLEO É NOSSO?, como diria o slogan da época. Após algum tempo do fatídico mês de agosto de 1954, quando Vargas comete suicídio, Juscelino Kubitschek assume para dar acabamento ao projeto de industrialização. Se já tínhamos a indústria de bens de consumo não-duráveis (produtos têxteis, por exemplo) e a indústria de base (CSN, Vale do Rio Doce e Petrobrás), faltava agora a indústria de bens de consumo duráveis. Foi pensando nela que JK, através do capital associado, desenvolve o plano ?50 anos em 5?. O país ganhava agora novas estradas, indústrias automobilísticas, uma nova capital e um tremendo rombo nas dívidas externas. Portanto, foi com um enorme acréscimo de dívidas e um intenso arrocho salarial sobre as classes trabalhadoras que o Brasil consolidou o seu parque industrial. Após destituir o governo de João Goulart (1964-1985), os militares passaram então a seguir um modelo que lhes era muito peculiar. Com grandes investimentos em obras ?faraônicas e suporte industrial através de empréstimos internacionais, construíram a transamazônica e a ponte Rio - Niterói, por exemplo, além de desenvolver ainda mais o setor de bens de consumo duráveis. Este último investimento garantiu que a classe média tivesse acesso a televisores, Fuscas, entre outras coisas que a fizeram compactuar durante um certo tempo com o regime. Durante a ditadura foi desenvolvido o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), durante os governos de Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985), que tinha por objetivo alavancar a indústria nacional, áreas de pesquisa tecnológica e outros setores. Isso se dava com vultuosos empréstimos junto ao FMI e ao BIRD, o que influenciou num enorme aumento da dívida externa brasileira. O auge do regime militar foi durante o governo de Médici, caracterizado pelo Milagre econômico, que possibilitou ao país a ter a oitava economia do mundo. No ano de 1973 este processo de desenvolvimento acabou, devido a guerra de Yom Kippur que geroua crise do petróleo. O governo de Geisel começa tendo que resolver os problemas gerados pela crise e é a partir disto que se lança o programa do Pró ? álcool. Este programa tinha por objetivo diminuir a dependência do Brasil junto aos exportadores de petróleo. Conhecida como a década perdida e caracterizada pelo baixo crescimento econômico, além de elevadas taxas de inflação. É neste período que ocorre a passagem para o período democrático, a eleição de Tancredo Neves, assim como a sua morte. Com este fato assume o seu vice José Sarney, caracterizado pela implantação dos Planos Cruzado (1986), Bresser (1987) e o Plano Verão (1989), com resultados apenas momentâneos e sem expressividade em longo prazo. Em 1989 se promulga a constituição de 1989 e se estabelece as bases da República Democrática. No ano de 1989 ocorre o processo eleitoral que elege Fernando Collor e conseqüentemente o modelo Neoliberal que já vinha sendo lançado por toda América Latina e que teve o seu início na Inglaterra com Margaret Thatchr. Esse novo projeto para país retirava o Estado da economia, deixando-o apenas nas áreas da educação, saúde e segurança. Para isso ocorrer o país precisou abrir um intenso processo de privatizações entre elas a CSN, no governo de Itamar Franco, a Vale do Rio Doce no governo Fernando Henrique Cardoso, além de uma série de bancos estaduais, empresas de telefonia, hidrelétricas e estatais do setor energético. Durante o governo de Itamar Franco lança-se o plano Real que tinha como objetivo maior, assegurar a estabilidade econômica. A partir disso estabeleceu-se a paridade 01 (um) real/ 01 (um) dólar, o país então passou a sofrer com dificuldades de manter a balança comercial favorável, já que as importações eram maiores que as exportações. Tentando evitar o aumento dos índices de inflação, relacionado com a perda de dólares no país, o governo estabeleceu altas taxas de juros que atraíram os especuladores externos e trouxeram a moeda de volta para o Brasil. Apesar do reconhecimento geral da sociedade sobre a estabilidade que o real trouxe para o país, as medidas tomadas para a contenção da inflação tornaram a economia brasileira baseada nos créditos dos especuladores e com baixas taxas de produção. Outro reflexo trazido por tais medidas foi às dificuldades colocadas sobre os pequenos e médios empresários brasileiros devido às altas taxas de juros que comprometeram qualquer tipo de empréstimo. O resultado desta equação foi um país de certa forma estável, mas com baixas taxas de produtividade e conseqüente alta de desemprego. Fonte: www.vestibular1.com.brINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
SEGUNDO REINADO ( 1840-1889)
República Velha (1889-1930)
ERA VARGAS (1930 ? 1945)
REPÚBLICA POPULISTA (1946-1964)
Ditadura Militar (1964-1985)
Década de 1980
Década de 1990